Nosso horizonte não fica no passado.

1 – Em 2019 você lançou o livro É impossível esquecer o que vivi, da Editora Chiado, porque você decidiu escrever uma autobiografia?

Eu já tinha lido várias biografias de artistas nacionais e o Biquini Cavadão comemoraria 30 anos em 2015. Achei que seria legal, além do CD, DVD e BluRay ao vivo comemorativo, termos um livro contanto a história da banda. Na falta de alguém para escrever, comecei a registrar algumas passagens. Quando dei por mim, já tinha mais de cinquenta páginas. E percebi, naquele momento que poderia escrever um livro contando não apenas a história da banda, mas também a minha própria, perto de meus 50 anos. Acabei não lançando em 2015, somente em 2019, mas foi algo importante para mim. Brinco dizendo que foi a letra mais longa que escrevi 😉

2 – O nome da banda Biquini Cavadão veio de uma inspiração de Herbert Viana, de onde vem a relação de vocês com ele?

Herbert namorava a irmã de nosso baixista na época. Foi quem nos batizou de Biquini Cavadão, foi quem gravou guitarra na nossa primeira demo e mesmo em nosso primeiro disco, um compacto com Tédio/No Mundo da Lua. Sua presença e apoio foi sempre intensa em nossa vida. Não por menos, o homenageamos em 2018 com um disco, Ilustre Guerreiro, revistando sua obra como compositor.

3 – Como você lida com essa fama de “careta do rock”?

Com naturalidade. Há quem se tatue, use drogas, seja pegador entre meus colegas….sex, drugs & rock’n roll. Eu nunca fiz este estereótipo, mas nada contra quem é assim. Aliás, muitos de meus ídolos eram dessa linha.

4 – A pandemia foi um baque para a economia como um todo, mas para o entretenimento foi ainda pior, como vocês fizeram para segurar a barra?

Mesmo o Biquini Cavadão, com anos de existência, teve que se valer das economias guardadas ao longo da carreira. Como classe artística, fomos os primeiros a parar, seremos os últimos a voltar. Este hiato serviu para mergulharmos mais no universo digital, aprender melhor sobre música via internet e gravar novas músicas, pois queremos voltar aos palcos trazendo novidades.

5 – Quem é Janaína?

Janaína se chama Gessy. Trabalhava para minha família desde que eu era pequeno e mora em Miguel Couto, bairro de Nova Iguaçú-RJ. Um dia, fomos tocar lá. Era noite e fomos num carro confortável, com ar-condicionado. O trânsito estava ótimo.

No entanto, eu estava inquieto e perguntava ao motorista quanto tempo faltava. Foi aí que me caiu a ficha. Lá estava eu, no maior conforto, indo tocar onde ela morava. Sabe-se lá como ela fazia para chegar à casa de minha família! Eu a perguntei no dia seguinte e ela sorriu me dizendo acordar todo dia às 4 e meia da manhã. E foi aí que eu decidi escrever algo sobre a força da mulher, capaz de, mesmo com tantas dificuldades, ainda ter sonhos. Gessy atualmente está aposentada, mas nos falamos até hoje.

6 – Quais os planos da banda para o novo ciclo pós-pandemia?

Lançaremos em novembro nosso novo disco Através dos Tempo, só com inéditas. Temos muitos sucessos mas adoramos compor emostrar novos trabalhos.

NOSSO HORIZONTE NÃO FICA NO PASSADO. ESTÁ BEM NA NOSSA FRENTE. SEMPRE.

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Gosto de fazer arte, de criar, de pintar o 7.

Carioca, nascido no dia 19 de fevereiro de 1952, iniciou sua carreira artística através do teatro. Participava do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone nos anos 70 e no início dos anos 80 já fazia sucesso como líder da Banda Blitz, uma das bandas mais populares do Brasil.

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Amo o preto, o rock, o diferente.

Digão é guitarrista e vocalista da banda Raimundos, considerada por muitos como a maior banda de rock nacional da década de 1990, é também nossa inpiração para a
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